Artista
Svenja Kalteich
Tudo começou quando Svenja decidiu estudar História da Arte, Arqueologia e Etnologia na Universidade de Munique. História da Arte porque ela é fascinada por arte moderna e design contemporâneo; Arqueologia porque ela sempre teve forte atração por cerâmica grega, talvez por saber que toda a História antiga pode ser reconstituída através de objetos de cerâmica. Finalmente, a Etnologia por ela ter interesse em outras culturas, povos, costumes e idiomas, razão pela qual ter passado muito tempo viajando para mais do que 40 países ao redor do mundo.
“A joia é como uma biografia. Uma história que conta ao mundo uma parte da sua vida.”
Quando estava prestes a completar 30 anos, enquanto estabelecia sua carreira numa galeria de arte em Düsseldorf, apareceu a oportunidade de mudar-se para o Brasil. A ideia era passar somente alguns anos, mas o destino lhe preparou outros planos… Foi assim… E, passados 25 anos, ela ainda está por aqui. No Brasil decidiu trabalhar com argila, abriu seu próprio estúdio de cerâmica perto de São Paulo, estudou com famosos ceramistas nos EUA, Alemanha e no Japão e assim desenvolveu sua própria técnica e estilo. O auge chegou rapidamente e ela passou a vender suas peças para as mais conhecidas galerias e lojas do Brasil, chegando a exportar para a Europa, Japão e EUA.
Ocorre que ela não para, sempre na busca de novos desafios e mudanças.
Começar de novo nunca foi um problema para ela. Assim, mudou a matéria prima da argila para metais preciosos e mergulhou fundo na joalheria. Um curso intensivo de 4 meses no Studio Jewelers em New York teve um impacto marcante e a arremessou na carreira de designer e fabricante de joias autorais.
”A joia é algo muito pessoal. Você a usa colada no corpo, na maioria das vezes à mostra nas orelhas e nas mãos” diz ela. “Você faz uma afirmação, declara algo, define a si mesma e mostra sua personalidade a todos que te cercam. A joia que você usa mostra quem você é, como você se vê. Pode ser algo relacionado à idade, ter mais noção daquilo que realmente importa na vida, da onde você veio e para onde quer chegar . Por isso crio joias que mostram quem eu sou e que representam a minha essência e o meu estilo de vida”.
“A joia é algo muito pessoal. Você usa colada no seu corpo, na maioria das vezes à mostra, como suas orelhas e suas mãos”
A prata é o seu metal preferido, por brilhar e por estar sempre em constante mudança, pode ser polida e vai parecer novinha! A sua filosofia de vida a faz comparar a prata às pessoas: “prata brilha, oxida, mas basta tratá-la para ela ficar esplendorosa novamente. É como nós mesmos: às vezes estamos tristes, mas há sempre algo que possa nos “tratar” bem para nos energizar com força e otimismo”.
Seu estilo é moderno com marcante influência de suas origens norte-europeias, porém sempre realçando um toque feminino e delicado e sempre buscando relacionar cada peça a um episódio da sua vida.
“O que me inspira? Inspirada pela natureza? Quem não é atraído ou inspirado pela natureza?” A Skeleton Coast na Namíbia, os gorilas em Ruanda e o templo Angkor Wat no Camboja e ter sido voluntária no Zimbábue trabalhando com leões, foram as suas impressões mais marcantes. “Mas, por mais que a natureza nos inspire, são as pessoas que mais me atraem”, diz Svenja. “Eu tenho enorme fascínio por diferentes culturas. E essa atração reside muito mais nas diferenças do que nas semelhanças.”
Ver o mundo dessa forma tão vibrante fez dela a pessoa que ela é hoje.